DERSA apresenta resultados dos estudos ligação seca entre Santos e Guarujá
O TÚNEL:
A Dersa realizou nesta quarta-feira (09.11), no IPUT, na Cidade Universitária, o primeiro painel internacional de discussão técnica do “Projeto Prestes Maia”, para a travessia seca entre os municípios de Santos e Guarujá. O objetivo do seminário foi apresentar ao público como foi feito o estudo de demanda na região, todos os fatores que levaram à escolha do túnel imerso e as características da tecnologia a ser empregada na ligação seca entre Santos e Guarujá.
O túnel prometido pelo Governo do Estado ligará os bairros de Outeirinhos, em Santos, a Vicente de Carvalho, no Guarujá, e permitirá a passagem de automóveis, caminhões, pedestres e ciclistas. A solução também será compatível com um futuro sistema de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). A concorrência pública para a contratação do projeto executivo deve ser publicada ainda neste mês. A obra custará R$ 1,3 bilhão e deve ficar pronta em 2016.
AEAGUARUJÁ:
Gentilmente convidada pela DERSA a participar deste Seminário, a AEAGuarujá esteve representada por membros da sua Diretoria Executiva, Conselheiros e Associados no evento, tendo inclusive seu Presidente Engenheiro Lealdino Sampaio Pedreira Filho indicado para a condução dos trabalhos na primeira parte do seminário.
UALP
Na oportunidade, o Vice-Presidente da AEAGuarujá, Engenheiro Arthur Ferreira, também representando a UALP – União das Associações de Engenheiros e Arquitetos do Litoral Paulista e Vale do Ribeira, agradeceu ao Presidente da DERSA, Laurence Casagrande Lourenço, o convite para a participação e divulgação das duas entidades no Seminário “Projeto Prestes Maia”, e agendou para breve um encontro na DERSA para conhecer novos empreendimentos para a Baixada Santista, pois existe um grande interesse das entidades locais em trazer grandes eventos para a região, como aconteceu recentemente no Município de Praia Grande com o Seminário “Pré-Sal – Os Impactos no Litoral Paulista e as Oportunidades” realizado pela UALP.
EMPRESAS HOLANDESAS:
Extraído do Jornal A Tribuna: Maurício Martins
Duas empresas holandesas especializadas em túneis imersos já demonstraram interesse em participar da construção da ligação seca entre Santos e Guarujá, proposta pelo Governo do Estado. Elas participaram como consultoras da pesquisa realizada pela Dersa que definiu o melhor projeto a ser implantado, entre os 13 propostos.
A TEC Consultoria em Engenharia, responsável por projetar túneis em todo o mundo, como o construído em 1988 no Porto de Roterdã, na Holanda, pretende participar da licitação internacional (concorrência pública) para a confecção do projeto executivo.
Já o grupo Mergor/ Strukton quer vencer o processo para a execução da obra em parceria (consórcio) com uma empreiteira nacional.
No Brasil, queremos fazer nossa especialidade, que é a imersão do túnel pré-moldado. Ou seja, transportar e depositar no fundo do mar os elementos de concreto. “A construção dessas armações pode ser feita por uma empresa brasileira”, afirma Martijn Smitt, diretor do grupo Ergor/ Strukton. Segundo ele, o custo deste trabalho representa apenas 3% da obra, mas é a parte mais arriscada.
Quanto ao projeto executivo, Anton Driesse, gerente da TEC Consultoria em Engenharia, ressalta que a empresa dele “tem capacidade e experiência para desenvolver esse projeto. Já fizemos um túnel de 19 quilômetros, esse é bem mais tranqüilo”.
A vontade dos empresários estrangeiros foi externada com exclusividade para A Tribuna, na tarde de quarta-feira, durante o primeiro seminário internacional para discussão técnica sobre o túnel que será construído entre Santos e Guarujá.
O evento aconteceu no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP), na Capital.
Representantes do Governo do Estado, Codesp, Petrobras, Dersa e USP também estavam no encontro. Foram expostas opiniões e apresentados estudos técnicos e de utilização do túnel. Os participantes ainda fizeram projeções para projetos futuros de travessias.
O assessor de Planejamento da Secretaria Estadual de Logística e Transportes, Milton Xavier, mostrou um estudo sobre demanda. “Foram 66 mil viagens entre Santos e Guarujá em 2010, 63 mil relacionadas às atividades cotidianas, não de cargas. A conclusão é de que o túnel deve atender essas pessoas, para criar uma condição melhor de mobilidade na Baixada Santista”.
Mas Xavier acredita que essa realidade tende a mudar com o tempo e será necessária mais uma opção de travessia seca. “Com a expansão das atividades portuárias e a exploração de petróleo, 110 mil empregos devem ser gerados na região até 2020, principalmente em Guarujá e Cubatão”.
PROJETOS DIFERENTES
O Governo Estadual e a Codesp ainda divergem na questão do túnel. Enquanto o diretor de Planejamento da Codesp, Renato Barco, prefere uma ligação entre a Alemoa e a Ilha Barnabé, em Santos, o presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, defende o atual projeto.
“Eu acho até que deveria ter outra (travessia), mas quem tem que por dinheiro é o CAP (Conselho de Autoridade Portuária) e a Codesp, já que é um dispositivo para o porto, não para a população. Se fizermos a primeira travessia na Alemoa, aquilo vai virar um inferno. É bom para caminhão, não para a cidade”, dispara Lourenço.
Barco ressalta que hoje o fluxo de veículos é muito grande na entrada da Cidade. “Eu não enxergo o túnel (Alemoa-Ilha Barnabé) como uma solução caótica naquela região. Ainda é necessária uma conversa melhor, temos que evoluir”.
Para o diretor da Codesp é preciso analisar os estudos de uma maneira mais aprofundada. “A posição da Prefeitura, e recomendada pelo CAP, seria entre a Alemoa e a Ilha Barnabé. Nós temos avenidas perimetrais que já atendem a Cidade com dificuldade, então precisamos saber quais impactos um túnel desembocando naquele lugar vai causar”.